sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Bravo!


Depois que acaba, a gente para pra refletir, analisar e recordar tudo o que passou.

Lembrar de todos os ensaios, a montagem, passagens de palco, prova de figurino... tudo para um único momento com o público, para mostrar o resultado de um ano e, porque não, de uma vida!

Todo o trabalho é reduzido a uma ou duas horas de espetáculo.
Nessas duas horas, basta fazer tudo o que já sabemos, que ficamos meses ensaiando... é simples, está tudo na memória e impregnado no corpo, mas parece tão difícil...

Dessa vez é diferente, não estamos na sala de aula em frente ao espelho com a professora do lado para corrigir... Estamos no palco do teatro, diante da família, de amigos e de desconhecidos.

A união nesse momento é fundamental! A energia que passa de mão-a-mão, pé-a-pé, corpo-a-corpo é o que nos dá a força e a alegria que a dança tem.

No final, só o que precismos é de uma resposta da platéia, afinal, nos ensaios, não tínhamos respostas imediatas da nossa dança. Só queremos um aplauso sincero, de preferência forte e se possível, acompanhado de um "Bravo!".

Este é o objetivo final da nossa arte. Trabalhamos meses, sem feriados ou fins-de-semana esperando ouvir alguém dizendo que foi bom, que gostou de verdade...



PS:Obrigada à platéia de "Coppélia".

Natal com Blogueiros

A Comunidade de Blogueiros Paraenses, está apoiando os Jovens por um Mundo Unido-JMU na campanha de Natal que irá ajudar o Centro Social Santa Clara, no bairro do Guamá, também conhecido como Piquiá. O Centro cuida, alimenta e educa cerca de 150 crianças e jovens carentes.
No dia 20 de dezembro será finalizada a campanha com uma manhã de atividades para essas crianças, começando as 9 horas e indo até meio dia.
Os Jovens por um Mundo Unido farão brincadeiras e gincanas de conscientização ambiental com as crianças e logo depois disso haverá um lanche.
Nesse momento podemos ajudar arrecadando lanches do tipo bolachas, biscoitos para serem distribuídos, assim como sucos instantâneos (de saquinhos) ou qualquer tipo de lanche, como sanduíches, para o dia.
Brinquedos e jogos também são muito bem vindos, já que a maioria das crianças têm entre 3 e 12 anos de idade. Mas têm também adolescentes, em torno de 20, que também merecem serem lembrados por Papai Noel. E se tiver alguém disposto a fazer o papel do Bom-Velhinho, também seria legal!
O ponto de arrecadação será no Focolare Masculino, que fica atrás do Mercado de São Brás, na Travessa Santa Lúcia, n° 4. O telefone de lá é (91) 32280454. Basta dizer que quer deixar uma doação pra Campanha de Natal do Piquiá.

Texto de Claudia Nascimento.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Coppélia

Era uma vez uma boneca chamada Coppélia... a mais bonita do atelier do Dr. Coppélius, um velho fazedor de brinquedos.

Sua heroína é a voluntariosa Swanilda que, tomando o lugar de Coppélia, reconquista seu noivo Franz, que tinha se apaixonado pela boneca achando que era real, de tão perfeita. A felicidade de Swanilda, entretanto, traz grande amargura para Dr. Coppelius que pensou que finalmente tivesse conseguido dar vida a sua linda boneca.

O último ato é a festa de casamento de Swanilda e Franz, onde o pai de Swanilda dá a Dr. Coppelius quase todo o dote de sua filha, para que o velho artesão possa continuar com seu trabalho.

Libreto: Charles Nuitter e Arthur Saint-Léon, baseado na história de E.T.A Hoffman.

Coreografia Original: Arthur Saint-Léon
Estréia mundial: 25 de maio de 1870 no Théatre Imperial de L’Opera de Paris.

Trata-se de um ballet cômico-sentimental que traz muita magia e encanto em três atos.

A coreografia original foi adaptada, nesta montagem, por Ana Rosa Crispino, bailarina e diretora da Ballare Escola de Dança e Guilherme Oliveira, primeiro bailarino da Especial Companhia de Danças Clássicas, de São Paulo.

Participam desta montagem todas as alunas de ballet clássico da escola, as professoras e os bailarinos do Ballare Grupo de Dança. Conta, ainda, com a participação especial de Paulo Fonseca, ator do Grupo Experiência, no papel do Dr. Coppélius.

A versão é baseada na montagem do Royal Ballet e envolve cerca de 150 bailarinos.

As apresentações serão no Theatro da Paz, dia 29.11, sábado, ás 20h e dia 30.11, domingo, às 19h.

Ingressos à venda na bilheteria do Theatro.


quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Rotina

Um dia desses estava olhando para as minhas sapatilhas velhas, são tantas e estavam empoeiradas, acumulando teias de aranha, ocupando espaço na parede... Então minha mãe me perguntou por que guardava todas aquelas sapatilhas. Não soube responder, só sei que quero guardá-las, sempre, e continuar guardando as que ainda usarei...

Depois disso fiz uma sessão de faxina, pendurei todas no varal para pegar um sol e arejar... Enfim, fui fazer outras coisas e as deixei lá e não percebi quando começou a chover... Imagine uma pessoa desesperada, era eu!

Assim, encontrei uma resposta àquela pergunta... Guardo aquelas sapatilhas para poder olhar pra elas e lembrar das histórias que passei com cada uma, pega-las e sentir quanta força fiz nelas e a diferença de uma pra outra, guardo aquele reservatório de poeira para desempoierá-lo...

PS: Lembrar faz bem pra alma... Só a minha rinite que não gosta disso...

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Profissão: Dança

Ainda tem no mundo quem ache que a dança é apenas um hobby, ou, no caso de grandes bailarinas, um dom, um talento divino (como no filme SpaceJam, que o talento dos jogadores foi "roubado" por alienígenas e colocado numa bola de basquete). Não é tão simples assim. Nada vem de graça...
É muito difícil sobreviver de dança... Geralmente só se consegue tal proeza quando como professora, ou se estiver numa companhia patrocinada por uma grande empresa ou pelo governo (uma raridade).
Por isso a vontade de dançar (profissionalmente) tem que ser muito grande mesmo, para superar as dificuldades que também são muitas...

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

A dança da vida

A dança é para mim muito mais que um divertimento, uma distração.
É muito mais que uma profissão, um trabalho.
A dança, ballet especialmente, é minha história de vida.

Todas as minhas lembranças têm uma relação com o ano que dançei tal espetáculo ou que era aluna de tal professor(a) ou o dia que ensaiava uma coreografia...
Enfim, quando não estou dançando, lembro da dança...
Não significa que não sei fazer outra coisa, que não possa ficar um momento sem pensar em dança...

Como já disse, bailarinas são humanas e podem muito bem viver como uma "pessoa normal"...
A carreira da dança não se separa da vida pessoal. É como qualquer profissão (não disse uma profissão qualquer), se fosse médica, seria sempre chamada por Dra., da mesma forma, sou sempre a bailarina (amiga-bailarina, filha-bailarina, neta-bailarina, irmã, prima, sobrinha, afilhada, enfim, marinabailarina...).
Não tenho problemas em ser conhecida assim, pelo contrário, até gosto quando assim me reconhecem, pois esta foi a vida que eu escolhi e sou feliz por isso.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Sonhos...

Não gosto de ouvir música quando estou sem vontade...
E, agora, estou com vontade do silêncio...

Quero o mundo pra mim por um instante em silêncio...
O tempo parado exatamente como está... chovendo lá fora, com pouca luz.

Para que eu consiga fazer o que preciso e me sobre tempo para dançar o que quiser.
E, dançando, possa viver meus sonhos...

Depois disso, pode fazer calor e pode anoitecer... assim dormirei e sonharei...
Para que sonhando, eu possa dançar...

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Dança?

O que é dança?
Gestos, puro movimento?

Música dançada? Dançamos a música, na música ou com a música?

Seria, talvez, uma peça sem falas? Teatro do movimento?

Sequência de quadros? Obras de arte, pinturas vivas?

O que é gesto?
E movimento?

O que podemos chamar de dança? Quem diz o que é dança?


Reflita, pense, sua resposta é livre... se não encontrar uma resposta... dance.

*** *** ***

Com base no texto de Suzane K. Langer. In: Sentimento e Forma, cap. 11- Poderes virtuais, pgs177-216.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Bailarinas

Bailarinas são humanas. Dançam como seres mágicos que parecem flutuar. Mas tudo vem com muito esforço e ensaio.
As pontas dos pés, que parecem pisar em nuvens, sentem dor, são machucadas e calejadas.
Seu rosto angelical é desmontado ao apagar das luzes...
Como é lindo ver uma bailarina esbanjando alegria... Não é só encenação, no sorriso está a felicidade do dever cumprido.
Subir num palco é sempre um momento único, indescritível!
Dançar é um dom e também uma prova de dedicação e amor.
É preciso gostar muito do que se faz para renunciar momentos de descanso e diversão para dançar, para ficar horas diárias ensaiando, fazendo aulas, gastando energia, sentindo dor...
Sim, a dor é inevitável. Joelhos, tornozelos, costas, pés. Chega um ponto que o corpo cansa.
Sim, cansamos e sentimos dores... nos coques há cabelo, nas sapatilhas pés, com calos e bolhas. Sentimos fome, bebemos água, andamos também (além de dançar)!
Amamos a dança, é o que tem de melhor para nós, mas temos também uma vida: Família, amigos, problemas e outros motivos para sorrir...
Sim, caros amigos, bailarinas são humanas; dormem, comem, brincam, choram, riem e ainda conseguem dançar!!!