terça-feira, 4 de agosto de 2009

Dançar de graça?

Estava circulando pelo mundo virtual da dança quando encontrei um fórum de discussão sobre "Dançar de Graça". Dei a minha colaboração por lá e resolvi compartilhar aqui.
No fórum havia inicialmente a segunte questão:

Dançar de graça "divulga o trabalho", realmente?
Dançar de graça engrandece o "trabalho social" da companhia?
Dançar de graça forma mesmo plateia?
Dançar de graça profissionaliza ou amadoriza a companhia?
Quem realmente se beneficia dos "voluntários da dança"?

Depois de muitas respostas de pessoas importantes da pesquisa de dança no Brasil, escrevi o seguinte:

Primeiro, acredito que a arte de um modo geral deve ser mais acessível ao público. Sinto que a classe artística (inclui-se não só dança, mas as artes visuais, o teatro, a música, etc) precisa trabalhar para que exista, realmente, um público.
Creio que dançar de graça faz parte, mas deve-se estimular a grande massa a querer ir ao teatro ou museu, ou cinema... Deve haver incentivo aos artistas, para que dançar de graça não seja só aquele momento, mas que traga benefícios de alguma forma.
Se não, como vamos querer que nossos espetáculos sejam sempre casa cheia, e não apenas família e amigos. E como vamos querer que a classe nos assista, se nós também somos a classe e não assistimos?
São coisas que devemos pensar e tomar uma atitude!


Afinal, será que nós, fazedores da arte, responsáveis por oferecer ao mundo um olhar diferente dele mesmo, temos o direito de privar a grande maioria de apreciá-la?
Será que nós mesmos não deveríamos nos sentir nessa obrigação, ou eu deveria voltar pro tempo em que artistas não queriam muito mais do que poder mostrar a arte à todos, e como recompensa ouvir um "bravo!"?
É claro que eu quero poder sobreviver de dança, mas com certeza não será falindo a minha família e mais alguns poucos de tanto ir ao teatro...